Você que não me vê.

Você que não me vê
Não sabe como estou
Posso dizer que estou
Bem, de saúde.
De cabeça, vou.
Carregando os meus grilos
Por onde vou
Mas, isso já faço.
Há tanto tempo
Que já me acostumei.
Parei de fumar
Algum tempo atrás
Sinto-me melhor
Mas, às vezes.
Tenho ainda vontade
De fumar
Penso em outra coisa
E a vontade passa
E a vida passa
E eu vou vivendo
Com tantos (e)
Quantos são possíveis.
A vida é prêmio
E curto esse prêmio
O mais que posso
De mais â mais
Continuo escrevendo
Acho isso bom
Mantém-me saudável,
A todos um abraço
ABittar
Poetadosgrilos

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Lá vem vindo

Lá vem vindo
Sem pressa vem
Vem o trem
Com sua marcha marcada
Vem o trem
Junto com ele
Traz alguém
Que poderia ser
Meu bem
Mas não é
Meu e de ninguém
Não é
Porque
Não quer
Vem o trem
E ela no trem vem
Mas não é meu bem
Ainda
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Nas ondas

Nas ondas
Das ondas
Que vão ondeando
Quebrando
Arrebentando
Da arrebentação
Até a praia
Desço num jacaré
Quase chego na areia
Quase derrubo a sereia
Passei raspando
Eu a olho ela sorri
Saio da água
Vou pra areia
Pegar um sol
Pegar uma cor
Preciso de um filtro solar
Agüentar esse sol na cabeça
Não dá não
Vou pegar o meu boné
Ou então vou dar no pé
Achei meu boné
Em cima da cadeira de praia
Que maravilha
Sombra e cerveja gelada
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A lua...

A lua transitando em escorpião
Aguça a vontade de descobrir
Alguma utilidade para o que realizamos
Devemos procurar observar
Onde podemos atuar
Em prol do bem geral
No espelho ocular
O libriano deve primar
Pela beleza e harmonia
Proporção, ordem e simetria.
Assim sendo vale à pena
Começar cuidando da saúde
Através de hábitos
Alimentares saudáveis
Comece eliminando carnes
Açucares, gordura animal.
Álcool e sal. Coma mais peixe
Mais hortaliças e verduras
No mais bola pra frente
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Amor não se pode dar

Amor
Não se pode dar
Só se pode sentir
Ninguém tem
Amor para dar
Tem: carinho,
Atenção, respeito.
Amor é diferente
É um furacão
Que nos arrasta
Num turbilhão
Amor é um entorpecente
Que nos tira o prumo
O equilíbrio
Nos torna demente
Não deixamos de amar
A quem amamos
Por mais que queiramos
Amar é um tormento
Uma benção, um milagre.
É o inferno e o paraíso
É calor e frio
Gelo e fogo
Amar é uma doença
Sem remédio.
É cair num precipício
É criar asas e subir ao céu
Amar é
Um instante
Inesquecível
Em nossa existência
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É

É
Verbo ser
Indicativo
Treceira pessoa
Do singular
É de amor
Que ele fala
Ser pode ser
O que existe
E o que supomos existir
Podendo ser Deus
O ser
É
Eu sou
Ele é maior
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Tranquilo

Parati
Trago
Bebo
De
Um
Trago
Sirvo
Outro
Trago
Bebo
Ofereço
Ao
Amigo
Mais
Um
Trago
Bebados
Altos
Traçamos
A
Reta
Que
Sai
Curva
Igual
A
Curva
Da
Mulher
Amada
Parati
Para mim
Saideira
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Retorno

Vou seguindo
Pela estrada
Numa placa leio
Retorno
Sinto vontade
De retornar
Vou indo
Por ir
Estou andando
Por andar
Lembro do Tim Maia
Pedindo:- Olha o retorno!
Que no caso dele
Era o retorno do som
Ele queria ouvir
Os instrumento
Queria ouvir a sua voz
E pedia
Mais retorno
Sobe o som
Coloca um pouco mais
De agudo
Grande Tim Maia
Ele se foi
Mas, o seu som ficou
Está ai pra quem quiser ouvir
Grande Tim
O Síndico
Como era chamado
Pelo Jorge Bem
Que agora é Jorge Ben Jor
Volto a estrada
E ao retorno
Retorno ou não
Vou seguindo
Dirigindo no limite
Permitido pela lei
120 Km/hora
Começa a chover
Ligo o rádio
E a canção que toca
Lembra você
Mais uma placa:
Retorno
Eu retorno
E volto
Volto por você
E pra você
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Quis, querer quis.

Quis querer quis
Querendo
Vivendo fui
Aos trancos e barrancos

A dor
Não dilui
O amor
Que corre
Em minhas veias
Como o sangue
Que corre
E faz viver

A morte é certa
E ninguém acerta
Quando vai morrer
Porque eu
Teria que acertar

A cada passo
Mais me aproximo
Do meu destino

A liberdade
Custa a vida
A morte
Não é solução
É fim
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Um belo dia

Um belo dia
Vou dizer
Tudo que guardo
Em meu peito
A sete chaves
Nesse dia
Quero ver
Você dizer
Que não é bem assim
Que foi tudo
Um mal entendido
Que eu não compreendi
Que eu me equivoquei
Você quis falar
Uma coisa
E outra coisa eu entendi
Que não é nada disso
Que é melhor
Deixar pra lá
Nesse dia
Quando eu abrir
O meu coração
Creia não há mais
Como voltar
Esse prazer
Não vou lhe dar
Nunca vou
Voltar atrás
O que eu quero
Dessa vida
É apenas ser feliz
Com ou sem você
Eu vou ser
Pode crer
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Quando falo de amor

Quando falo de amor
Falo de algo descomunal
Falo da altura
Que meus olhos
Podem alcançar
E capturar
O brilho
De uma estrela
A brilhar
Falo da profundidade
E dos abismos abissais
Que não consigo visualizar
A olho nu
Mas, posso imaginar.
Nas trevas da minha mente
Quando falo de amor
Falo de algo imprevisível
Que pode nos invadir
Tal qual um vírus
Através de um olhar
O som de uma voz
Um sorriso um perfume
O esvoaçar da cabeleira
O jeito de andar
Por qualquer razão
Que nunca supomos
Qual seja
Quando falo de amor
Falo de você
Você que me faz viver
Entre o céu e o inferno
Nesta tensão nervosa
Com os nervos
À flor da pele
Mas sem a qual
Não sei mais viver
Quando falo de amor
É de você que falo
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Quis criar criei...

Quis
Criar
Criei

Qualquer um pode
Sem ferir ninguém

Ainda há
Espaço, tempo e palavras.

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Enquanto...

Enquanto
A onda vem
Meu olhar vai
De encontro
A linha do horizonte
Onde a terra
Encontra-se
Com o mar
Lá
Ela
Está
A esperar
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Não

Não
Falo mais
De amor

Não
Sinto mais
A dor

Não
Mato mais
A flor

Pra enfeitar
O meu amor

Sigo
Em paz
E só

Sem
Querer
A paz

Sem
Querer
Estar só

Sigo
Porque
É só

O que
Sei
Fazer

Até
O
Fim

Vai
Ser
Assim

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A estrela

A estrela
Brilhou
De leve
Na verdade
Piscou pra mim
Um sentimento
Brotou em mim
Minha sorte mudou
Eu senti
Chega de tristeza
Vem ai a alegria
Vai raiar o dia
Eu vou dizer
Bom Dia
E vai ser
Um Bom Dia
Bom dia
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Bendita diferença

Você
É tão diferente
De todas
Que conheço
Mesmo sendo igual
Mas, em sonho
Sonhei com você
Você
É tão diferente
De todas
Que conheço
Que mereço
Conhece-la melhor
Pra achar
A diferença
E por essa diferença
Apaixonar-me
É assim
Que quero
Que seja
E assim será
Porque
Por isso
Vou lutar
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Posso

Posso
Posso tudo
Em nome
Do meu amor
Posso
Posso tudo
Em nome
Da minha crença
Posso tudo
Quando volto
Na imaginação
A ser criança
Quando sonho
Com um mundo melhor
Onde posso
Esquecer tudo
Que é ruim
E assim construir
Um refúgio
Pra nos dois
Onde basta
Dizer a palavra mágica
Pra tudo se realizar
E a palavra é
A M O R
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Quero

Quero ter tempo
Todo o tempo do mundo
Para lhe entender
Para lhe conhecer
Bem fundo
Quero compreender
A sua natureza
E tudo o mais
Que faz
Parte de você
Quero ter
Todo o tempo do mundo
E quero gastar
Todo ele com você
Com quem
Quero estar
Todo o tempo
Do mundo
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A bala vem vindo

A bala vem vindo
Imperturbável
No tempo estipulado
Para acertar o alvo
Seguindo o trajeto traçado
Riscado pelo destino
Ninguém pode prever
Qual é o alvo
Até ela chegar
E atingir
Tingindo o chão
Tirando a vida
Pra isso foi fabricada
Por isso foi programada
Embora digam
Que ela é uma bala perdida
Ela é filha do acaso
E o acaso nunca erra
Sempre acontece
Por acaso
A bala continua a vir
Sem ninguém
Pra impedir
Ela chegou sem dor
Só calor
Tudo escureceu
Tudo acabou
Ela me acertou
Por acaso
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Agora não...

Agora não vai dar
A pressa é grande
E o tempo é curto
Outra hora eu volto
Não esqueço, prometo.
Poderemos conversar
Sobre o que você quiser
Só que agora não vai dar
Tenho que correr
Atrás do prejuízo
Sem perder o juízo
Sem ficar louco
Nenhum pouco
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A Menina e o Tempo

Menina
Você não vai acreditar
Mas eu vou contar
O tempo passa
E passando
Um dia essa beleza toda
Vai acabar
Calma
Muita calma nessa hora
Vai de leve
Pega leve
Nada dura
Para sempre
E a lei da gravidade
É cruel
Não perdoa
Faz cair
Murchar
Secar
Lei implacável
Você ri
Tudo bem
Tire uma foto agora
Manda enquadrar
Pra depois, lembrar.
Comparar
Menina
Você não vai acreditar
Tudo bem
Se der
A gente se vê
Um dia
Quem sabe
Quando
O tempo passa
E passando
A beleza leva
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Enfim

Enfim
O sol
Traz o dia
Enfim
O sono
Acabou
Enfim
Lembrei
Que sonhei
Enfim
Você
Voltou
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O brilho

O brilho
Da estrela brilhou
Nos meus olhos
Pra mim ela piscou
Depois se apagou
Mas eu vi
O seu brilhar
E o seu apagar
Na memória gravei
E nunca esquecerei
A noite
Que a estrela brilhou
E se apagou
Nunca mais
Nunca mais esquecerei
Eu vi e registrei
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A folha

A folha cai
Enquanto olho
A folha cair
Ela faz uma pirueta no ar
E sobe outra vez
Levada pelo vento
Sobe acima da árvore
Depois o vento pára
E de novo ela cai
Vem caindo
Até chegar ao chão
Depois de um vôo glorioso
Terminar assim no chão
É tão triste
Fico com pena
Vou até a folha
A pego
Olho-a bem
E penso
O que vou fazer
Com uma folha
Tantas coisas posso fazer
Com uma folha
Um quadro
Um marcador de página
Um troféu
Um brinco
Um talismã
Tantas e tantas
Outras coisas
Mas, o que vou fazer?
Por enquanto
Vai ser meu marcador
De página
Que deve ser melhor
Do que virar
Lixo
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Um dia

Um dia
Apenas um dia
Pra ficar nos seus braços
Pra esquecer o cansaço
Um dia Apenas um dia
Pra ver
O dia nascer
Junto com você
Na ponta da pedra
Que entra
Pelo mar
Que faz a onda arrebentar
Sobre si Só pra se molhar
Um dia Apenas um dia
Nada mais
Que um dia
Já bastaria
Pra lhe ter
Só minha
Só por um dia
Apenas
Um dia
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